domingo, 7 de fevereiro de 2016

A sociedade

Não é novidade dizer que o Brasil é um país extremamente transfóbico, e em geral preconceituoso com a população LGBT. Com relação a mim não foi diferente. Nos tempos de ensino fundamental e médio eu era visto por alguns como um gay masculino afeminado, e sofria provocações dos meninos mais intolerantes que dificultavam a minha vida naquele ambiente. Tinha também algumas amizades lá dentro, Posso adiantar que não conclui o ensino médio, parei quando estava no terceiro ano, com planos agora fechar o ensino com EJA( supletivo) depois. Fora do ambiente escolar tive algumas namoradas que diziam achar "fofo o meu jeitinho".
Moro com os meus pais, tendo uma mãe que já sabe da minha transexualidade e aceita, e o pai que acha que passei por uma turbulência típica de adolescente, onde ele me via como gay, e foi como me assumi pra ele na época, e ele relutava um pouco em aceitar, mais dizia respeitar( em posts futuros vou detalhar mais isso rs), resumindo, neguei para ele ser gay depois de um tempo, afinal testei ficar com rapazes e todas as experiências foram frustrantes, principalmente na questão física, onde homens não me despertam qualquer tipo de atração. Após perceber isso em mim mesma e chegar a conclusão de que a minha atração e desejo é por mulheres, tive uma conversa com o meu pai para relatar a minha infelicidade( depois falo detalhadamente disso, pois quero nesse post focar em sociedade e em como tem sido a minha vida social).
No momento não trabalho, e estou fazendo um curso de cabeleireiro( me tornei mais um estereótipo rs, afinal muitas de nós escolhemos essa área) mas eu realmente gosto, sempre tive vontade de aprender mais nesse ramo, agora se após me formar vou trabalhar nessa área, ou vou voltar ao ensino médio finalizando com EJA, ou em como vou dar rumo a tudo isso ainda não sei, estou indo por partes.
No dia à dia quando tomo o ônibus, metro, ando na rua, faço compras, e passeios vivo tranquilamente, não passo por problemas de descriminação nesses momentos, talvez porque me visto de maneira ainda masculina, e de boca fechada consigo esconder bem meus modos femininos, modos esses que tenho desde que me conheço por gente. Sou "detectada" nos ambientes de convívio contínuo como escola, cursos, etc.. e muitas vezes as pessoas conseguem me constranger com seus comportamentos preconceituosos. Por agora é isso, depois relato mais sobre a minha vida em outros posts.

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